Dia Nacional da Esclerose Múltipla: diferenças entre esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica

 Enquanto a Esclerose Múltipla é uma doença que afeta muitas pessoas, a Esclerose Lateral Amiotrófica é considerada rara



No dia 30 de agosto é celebrado o Dia Nacional da Esclerose Múltipla (EM), doença em que o sistema imunológico destrói a cobertura protetora de nervos, dificultando a comunicação entre cérebro, medula e o corpo. A esclerose múltipla pode ser confundida com a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), principalmente por conta do nome, mas são duas condições distintas.

A terapeuta ocupacional Syomara Cristina, explica que a EM e a ELA são doenças diferentes em diversos aspectos, não tendo ligação entre uma e outra. “A Esclerose Múltipla afeta o sistema nervoso central, causando muitos sintomas característicos de cada condição, entre eles a perda da visão, dor, fadiga e comprometimento da coordenação motora. Já na Esclerose Lateral Amiotrófica, o sistema motor é afetado, as células nervosas se quebram, o que reduz a funcionalidade dos músculos aos quais dão suporte”.

Esclerose Múltipla

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com EM, sendo que, no Brasil, 40 mil pessoas têm a condição. Os sintomas que indicam a doença podem variar de caso para caso, a depender de análise de quais e quantos nervos foram afetados. Apesar de não existir cura, há tratamentos que mantêm a qualidade de vida do paciente.

Ainda não se sabe ao certo o que causa a Esclerose Múltipla, entretanto, acredita-se que ocorra com maior frequência em indivíduos que tenham predisposição genética, além de deficiência de vitamina D, ou a pacientes que tiveram alguma infecção viral na infância como o vírus Epistein Baar e obesidade na infância. Geralmente, a EM afeta adultos jovens de 20 a 40 anos e predomina no sexo feminino (três mulheres para cada homem).

Como não existe cura para a doença, é realizado um tratamento multidisciplinar combinando medicamentos, terapia ocupacional, fisioterapia e nutricionista para reduzir a velocidade de progressão da doença e prolongar a vida do paciente. 

“A Terapia Ocupacional é essencial para os pacientes conseguirem manter suas atividades de vida diária por muito tempo. São feitos exercícios com o intuito de manter os movimentos básicos do dia a dia, como comer, vestir-se e trabalhar mexendo em computador. Não existe um mesmo tratamento para todos os pacientes, o terapeuta avalia o mais adequado em cada caso”, explica Syomara Cristina.

Esclerose Lateral Amiotrófica

A doença atinge 2 em cada 100 mil pessoas no mundo, sendo considerada rara. No Brasil, são 15 mil novos casos por ano. A ELA afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva, acarretando paralisia motora irreversível e morte precoce, como consequência da perda de movimentos respiratórios, digestão e fala. Ainda não se têm informações sobre a causa da doença, entretanto, é provocada pela degeneração dos neurônios motores responsáveis por transmitir impulsos nervosos. 

Os sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica costumam aparecer em pacientes com mais de 50 anos, porém, podem surgir em pessoas mais jovens. O principal sintoma que acende o alerta dos médicos, é a fraqueza muscular acompanhada de endurecimento dos músculos, inicialmente em um dos lados do corpo, e atrofia muscular.

Da mesma forma que a Esclerose Múltipla, para a Lateral Amiotrófica também não existe cura para a doença. A indicação é que seja realizado um tratamento multidisciplinar para reduzir a velocidade de progressão da doença e prolongar a vida do paciente. 

Syomara afirma que o profissional indicado para a avaliação quanto a melhora no desempenho ou segurança para a realização de uma atividade cotidiana é o terapeuta ocupacional. “O TO é o profissional que avalia a capacidade funcional do paciente e por meio da análise da atividade indica o tratamento mais adequado. Costumamos utilizar o método Perfetti e terapia da mão para conseguir realizar atividades de vida cotidiana”, diz. 

A terapeuta afirma que os diagnósticos de esclerose hoje em dia, permitem que o paciente mantenha uma boa qualidade de vida, em razão dos avanços no tratamento.

* Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 34 anos como terapeuta ocupacional e tem experiência no tratamento em reabilitação dos membros superiores em pacientes com lesões neuromotoras. Faz atendimentos com terapia infantil e juvenil,  adultos e terceira idade. Desenvolve trabalhos com os métodos Bobath, Baby Course Reabilitação Neurocognitiva Perfetti, Reabilitação de Membro Superior-Terapia da Mão, Terapia Contenção Induzida (TCI) e Imagética Motora entre outros.


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