No Brasil, o Distrito Federal completa este mês um ano com racionamento de água. Todos os moradores ficam um dia da semana sem abastecimento. E a escassez de um bem tão necessário fez muita gente adotar pequenas mudanças no dia a dia pra garantir um consumo mais consciente.
Parecia impossível. Economizar água num condomínio com mais de mil apartamentos e uma enorme área de lazer. E, quem diria, foi a piscina que ajudou os moradores a enfrentar a falta d'água.
Depois de passar pelos filtros, a água volta para a piscina e o rejeito vai para reservatórios. São dez mil litros de água que antes eram jogados fora.
Água da chuva também tem utilidade: ela é captada pelos ralos do estacionamento, entra na tubulação e é armazenada em outros quatro tanques para ser usada na limpeza das calçadas e na manutenção dos jardins.
Em um ano, a conta do condomínio caiu de quase R$ 40 mil para R$ 32 mil. O síndico diz que não tem mistério. “É um sistema bem simples de ser feito. A gente fez pequenas intervenções no condomínio, que garantiu o sucesso do sistema”, contou o síndico Leonardo Valverde.
Criatividade e novos hábitos foram obrigatórios para enfrentar a maior crise hídrica no Distrito Federal. Em 2017 os moradores entraram em um racionamento que ainda está em vigor. Ficam um dia da semana sem abastecimento de água. Essa medida, junto com as iniciativas dos moradores para racionalizar o uso da água, cortou em 17% o consumo em 2017.
E as chuvas estão ajudando. O principal reservatório, do Descoberto, que quase secou em novembro, está agora com 35% do volume. Mas é pouco e o governo ainda busca alternativas.
O governo do Distrito Federal passou a captar água de outros mananciais, como o lago Paranoá, um lago artificial construído com Brasília para amenizar o clima. Hoje, essa água está servindo a quatro regiões da capital e, de acordo com a Companhia de Abastecimento, o que era para ser uma medida emergencial, agora é permanente.
Permanente também pode ser a lição que cada um teve que aprender. Paulo Giouri reduziu o consumo pela metade aproveitando a água das calhas para lavar roupa e a sobra da máquina de lavar para limpar o piso da varanda.
“Agora tudo é controlado. Você tem uma consciência, né? Tá virando rotina já”, disse o assistente social.