Crime aconteceu em novembro de 2015. Réu estava em prisão domiciliar, concedida por não estar cumprindo a pena em uma cela especial, mas juiz determinou transferência à Cadeia Pública
A Justiça do Rio Grande do Sul condenou nesta quinta-feira (25) Guilherme Antônio Nunes Zanoni a 17 anos e seis meses de reclusão em regime fechado pela morte de Oscar Vieira Guimarães, síndico do prédio onde morava, no Centro de Porto Alegre. O crime aconteceu no dia 5 de novembro de 2015, dentro do edifício.
A decisão foi do Tribunal do Júri, quando pessoas da comunidade participam da sentença, em uma sessão que durou cerca de 12 horas, presidida pelo juiz Orlando Faccini Neto, da 1ª Vara do Júri da Capital.
O réu, na ocasião com 25 anos, foi preso após ser flagrado por policiais militares em casa, ajoelhado ao lado do corpo de Guimarães Neto, de 61 anos, atingido por golpe de faca no pescoço. Os dois eram vizinhos.
A investigação inicial apontou que o crime foi premeditado. O motivo seria um desentendimento ocorrido três anos antes, quando Zanoni havia se candidatado ao cargo de síndico do prédio, que fica na Rua André da Rocha, mas não conseguiu se eleger.
Zanoni havia sido preso preventivamente por cerca de oito meses, mas teve a prisão domiciliar concedida pela Justiça por ser advogado e não estar cumprindo a pena em uma cela especial, conhecida como sala de Estado Maior, como prevê o Estatuto da Advocacia.
Entretanto, durante a sessão realizada nesta quinta, o juiz determinou que ele seja encaminhado à Cadeia Pública, novo nome do Presídio Central, já que não exerce mais a profissão.
Desabafo de filho da vítima
Rafael Guimarães desabafou no Facebook após cruzar com assassino do pai na rua em Porto Alegre (Foto: Reprodução/RBS TV)
Durante o período em que Zanoni esteve fora da prisão, o também advogado Rafael Guimarães, de 32 anos, filho da vítima do crime, fez um desabafo no Facebook afirmando que não iria mais exercer a profissão, após cruzar com o réu na rua.
"Estou caminhando, questão de 10 metros, e está ele parado, em uma fila de lotação como qualquer pessoa, um cidadão normal na rua. Olhei, baixei o rosto, porque fiquei preocupado. Vai saber, um psicopata... E eu vi que ele virou o rosto pra mim, ele me reconheceu e eu não parei, segui reto. Segui em um estado emocional que ninguém pode fazer ideia... Você cruzar com o assassino do teu pai...", contou.