Número de condomínios que participam do programa de coleta seletiva passou de 6 para 16 entre janeiro e outubro
A conversa de guarita em guarita vem dando resultado. Prova disso é que o número de condomínios que participam do projeto idealizado pela Prefeitura de Americana para retomar os índices obtidos em 2009 com a coleta seletiva aumentou de 6 em janeiro para os atuais 16.
Quase três vezes maior, é verdade, contudo, ainda bem abaixo do esperado para uma cidade que já foi considerada referência no setor. Para se ter uma ideia, há oito anos, o município recolhia cerca de 60 toneladas mensais de material reciclável somente nos prédios espalhados pela cidade. Hoje, o projeto atinge apenas um quarto desse volume.Foto: João Carlos Nascimento / O LiberalSeparação em prédio de Americana
A administração segue fazendo sua parte e investe – como pode – no projeto. Além de disponibilizar sete caminhões e 30 servidores treinados, a prefeitura agilizou os serviços de manutenção da frota, ampliou os dias de coleta para os sábados, e se colocou à disposição dos próprios síndicos para a definição de dia e horário para o trabalho. Tudo para resgatar a eficiência do programa.
Falhas
De acordo com o gestor ambiental Eurípedes Fante Raymundo, chefe do setor de serviços da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, no começo da década, o setor falhava na manutenção dos caminhões da coleta, e descumpria o cronograma estabelecido para o recolhimento do material. Assim, muitos condomínios deixaram de separar e reservar recicláveis para os caminhões da prefeitura. “Quem perdia tempo reciclando acabou desistindo”, diz.
Dos 80 condomínios cadastrados em 2009, apenas seis continuam participando do programa no começo deste ano. Com muita conversa, de guarita em guarita, a prefeitura conseguiu resgatar outros dez condomínios. Hoje são 16. Mas é um número ainda bem aquém do esperado.
Raymundo ressalta que o cidadão comum, habituado a separar material reciclável, não perdeu o hábito. Tanto é que a cidade produz mensalmente 700 toneladas de material que pode ser reprocessado. Do total, no entanto, a prefeitura arrecada apenas 120 toneladas.
Todo o resto é coletado por cerca de 40 veículos informais, ou pelos cerca de 200 catadores com carrinhos de mão, de rua em rua.
O governo decidiu, então, investir no aprimoramento do serviço e reconquistar os condomínios por duas razões básicas: o material coletado pelo programa municipal ajuda a sustentar famílias que vivem em situação de pobreza extrema.
Síndico reconhece eficiência
O serviço aprimorado de coleta seletiva disponibilizado pela prefeitura agradou em cheio o síndico profissional Antony Monteiro, responsável pela administração de 12 conjuntos habitacionais na região.
Só em Americana, ele responde por dois condomínios importantes, o Gardens (na Cariobinha e que tem 708 apartamentos) e o Terra Nova (Vila Omar, com 108). Há cerca de 20 dias, os dois conjuntos reservam o material reciclável para os caminhões da prefeitura. “Os moradores valorizam um trabalho organizado e limpo”, diz. “Se respeita nosso esforço”.
Fonte: O Liberal.