Área pet pode até melhorar a convivência

Com espaço para se exercitarem, cães ficam mais dóceis nos apartamentos, o que reduz reclamações de vizinhos contra os animais


Existir área exclusiva para os bichos de estimação em um condomínio pode ser determinante na hora de comprar um imóvel. “Quando comecei a procurar apartamento, o que mais me encantou e definiu minha escolha foi quando vi o espaço destinado aos animais”, relembra a professora de francês Cristina Guedes, de 56 anos.

Ela sempre havia morado em casa. Por questões de segurança, há cinco anos decidiu mudar para um apartamento, mas a maior preocupação era justamente com os pets: teria de levá-los para passear na rua, o que gostaria de evitar.

A professora conta que, até então, não sabia que edifícios tinham áreas específicas para animais.
Hoje, Cristina desce de seu apartamento três vezes por dia com seus dois cachorrinhos das raças schnauzer e poodle para o espaço pet do condomínio. “Este hábito também foi importante para entender o funcionamento do prédio e conhecer vizinhos.”

O síndico, José Augusto Macuco, diz que o espaço pet (destinado a banho e tosa de animais e que está fechado devido à necessidade de economizar água) e o dog walk (para caminhadas) foi entregue com o condomínio, no ano de 2009.
“Temos muitos cachorros aqui, de todos os portes e o dog walk é um dos locais mais utilizadas das áreas comuns”, diz.

Sem problemas. O espaço de 4 metros de largura por 30 metros de comprimento, gramado e algumas árvores, segundo Macuco, é um benefício para os condôminos, pois eles não precisam sair com os cães na rua para passear. E para o síndico, um facilitador na administração de conflitos entre os moradores com e os sem animais de estimação.

“Ter essa área específica ajuda na gestão do condomínio, pois diminuíram uma das reclamações mais comuns, que envolve latido e sujeira de cachorros no edifício”, diz o síndico.

Por outro lado, Macuco recebe alguns pedidos – de moradores que não têm animais de estimação – para mudar o uso do espaço pet para uma pista de cooper. “Dificilmente agradaremos todo mundo”, reconhece.

No edifício do síndico Walter Vicalvi, na Casa Verde, zona norte da capital, há cerca de 20 cães. Ele tentou construir um local para os animais, mas não conseguiu aprovação dos condôminos em assembleia.

“Tenho espaço para montar, chamei uma empresa e o orçamento ficou em R$ 4.500, mas os moradores não aprovaram, pois temos outras prioridades.”

Vicalvi conta que não recebe muitas reclamações de moradores, em relação ao barulho ou sujeira e que o espaço serviria para evitar levar os cães para passear na rua. “Vou levar a proposta para discussão em outra assembleia. Não desisti.”

A empresa Pet Sem Stress é especializada em projetar áreas internas, com serviços de banho e tosa, e “outdoor”, local adequado para os cães brincarem e se exercitarem, nos conjuntos residenciais.

De acordo com o sócio-fundador Michel Faingezicht, que é veterinário, investir em espaços pets minimiza as reclamações de latidos e de barulho do “tec tec” das unhas dos cães dentro dos apartamentos.

“Os cães precisam gastar energia, se exercitar e quando saem para uma área aberta eles correm, brincam e voltam mais calmos para o apartamento.”

Fonte: Estadão

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